terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Afinal, quanto ganham os árbitros portugueses?




















"Ao fim de nove jornadas e quatro meses, os 19 "juízes" inscritos na Liga já amealharam esta época, em média, mais de 6000 euros cada um.

Se ser árbitro não é, decerto, tarefa fácil, as compensações deste hobby - profissão ainda não é, mas para lá caminha - também existem. E, sendo os homens responsáveis pelo apito, para todos os efeitos, amadores, as retribuições salariais chegam a atingir valores significativos. Principalmente tendo em conta que, fora os treinos, muitos trabalham menos de três dias por mês.

Em média, segundo contas feitas pelo PÚBLICO, cada árbitro recebe 1972 euros mensais, valor que pode atingir os 2132 euros em função do número de dias de trabalho perdidos nos empregos "verdadeiros". A este montante, deduz-se, porém, a fasquia de 20 por cento para impostos. E isto deixando de fora das contas as duas taças portuguesas, a da Liga e a de Portugal, e, obviamente, as milionárias competições europeias ao alcance de tão poucos.
Ora, as remunerações de um trabalho em part-time, como efectivamente é o dos árbitros, não costumam ir muito além dos 200 euros mensais. Ou seja, um árbitro que apite nos principais palcos portugueses consegue receber cerca de dez vezes mais do que o comum cidadão que opta por um emprego a tempo parcial.
O PÚBLICO foi saber as condições salariais dos 19 árbitros inscritos na principal Liga portuguesa, sendo que estes também apitam frequentemente jogos da Liga de Honra, que oferece uma remuneração substancialmente inferior. De calculadora na mão, as contas são fáceis de fazer.
Por cada jogo na Liga, são 1090 eu-
ros de remuneração. Na Liga de Honra, o valor desce para 770. Totalizando as partidas efectuadas até final de Novembro, os "juízes" arbitraram uma média de dois jogos por mês, o que, por si só, garante um rendimento médio de 1581 euros, contabilizando apenas os jogos realizados nas duas principais ligas portuguesas.
Mas estes valores apenas se atingem se as contas forem feitas com o total de 19 árbitros - e alguns não arbitram todos os meses. Se forem apenas somadas as remunerações dos que pisaram os relvados em cada mês, então a calculadora regista uma subida da média para 2209 euros.
Aqui entram as (várias) regalias. Para além de, nas muitas deslocações a que são sujeitos, não terem qualquer tipo de despesas - dispõem de motorista e alojamento pagos pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) -, os árbitros têm direito aos equipamentos, aos serviços de ginásio e a um preparador físico, atribuí-
dos gratuitamente.
Fora isto, cada "juiz" recebe um subsídio mensal de treino no valor de 350 euros, para um mínimo obrigatório de seis treinos por mês. Por cada refeição, o subsídio é de 21 euros - no regime geral de remunerações em Portugal, o subsídio de alimentação ronda os quatro euros por refeição - e por cada dia de trabalho que percam, devido a jogos, nos respectivos empregos, os árbitros são ressarcidos com 80 euros.

Quase o dobro desde 2002
Desde a 1.ª até à 9.ª jornada da Liga, os 19 homens cujo apito pode soar nos principais estádios do futebol português já ganharam, em média, 6325 euros cada um. Um valor significativo, tendo em conta a carga horária ocupada com uma actividade que nem é profissional. Até porque professores associados, na função pública, capitães, primeiros-tenentes e majores, na carreira militar; médicos assistentes no serviço público fazem companhia aos árbitros no quadro salarial onde se inserem.
Mas nem sempre foi assim, até porque os números não são os mesmos ao longo dos anos. Num período de apenas seis anos, o valor que os árbitros auferem quase duplicou. Em 2002, o rendimento de um árbitro principal rondava os 600 euros por cada jogo na primeira Liga e baixava para os 300 se apitasse uma partida do segundo escalão profissional.
No entanto, nessa altura, os árbitros recebiam um valor monetário de 38 cêntimos por cada quilómetro percorrido nas deslocações, enquanto hoje têm motoristas contratados pela LPFP a uma empresa de transportes, que os acompanham de casa (ou do hotel onde estão alojados) ao estádio.

Entre as regalias contam-se subsídios de treino e alimentação, bem como motorista e preparador físico."

in Público

3 comentários:

ocram disse...

Onde é que me inscrevo? Sabem?
Não apito é jogos do spórting...
(Não é pelo clube... Não quero é alimentar a mania da perseguição do 'risco ao meio'!)

Unknown disse...

Se soubesse que se ganhava assim tão bem tinha ido morar para Gaia e inscrevia-me na Associação de Futebol de lá... para não levantar suspeitas... "vocês sabem de que é que eu tou falar"...

Susano disse...

os gajos ganham o que o pintinho lhes paga,como toda a gente sabe...